domingo, 27 de março de 2011

bem-vindo à confusão

A última reforma ortográfica mexeu aqui e acolá, mas não derrubou o “bem-vindo”. A palavra continua assim mesmo, com hífen.
Aliás, diz a nova regra que: quando o primeiro elemento da palavra for MAL, ela recebe o hífen se o segundo elemento começar por vogal ou H. Exemplos: mal-estar, mal-apanhado, mal-habituado, mal-afortunado, mal-olhado, mal-agradecido, mal-adaptado, mal-educado, mal-humorado. De resto, vai tudo sem hífen: malnascido, malservido, malcriado, malcozido, malconservado, malcheiroso, maldormido. A exceção é quando MAL significar “doença” – neste caso, o hífen é usado: mal-francês. No entanto, se houver um elemento de ligação, o hífen cai, como em “mal de lázaro”, “mal de Alzheimer” ou “mal de sete dias”.
Quanto a BEM, os hifens geralmente são mantidos e só se perdem em casos extremos: como em benfeito, para acompanhar benfeitor, que já era sem hífen (assim como benquisto). Não existe mais bem-feito, portanto. Em alguns casos, aceitam-se as formações com ou sem hífen (neste caso, o BEM vira BEN): bem-querido/benquerido, bem-querença/ benquerença, bem-fazer/benfazer, bem-querer/benquerer, bem-dizer/bendizer. Note-se que nesses casos a aglutinação é aceita porque os elementos “se dão bem” juntos, a aglutinação não é estranha, diferentemente de bem-sucedido, bem-intencionado, bem-ido, bem-mandado, bem-aventurado, bem-humorado, bem-apanhado, bem-casado, bem-estar, bem-dormido, bem-visto, bem-vestido, que são aceitos apenas com hífen, já que seria estranhíssimo bemido, bemestar, benvestido, bensucedido.

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